Stopover é uma forma de conexão em que o passageiro pode passar alguns dias em uma cidade intermediária para depois seguir a viagem até o destino final. Por exemplo, você sai do Brasil com destino a Paris e passa uns dias em Lisboa, sem pagar nada ou quase nada (apenas a taxa de embarque) ou ainda: gastando MENOS. Que tal?
Mas isso não é uma conexão?
Não! Conexão é apenas uma parada na cidade para que você troque de aeronave (ou até mesmo de aeroporto) e geralmente dura no máximo algumas horas. Já no Stopover você terá tempo de aproveitar a cidade por um ou vários dias antes de seguir para o próximo destino (já adianto que desconheço esta vantagem do Stopover aqui no Brasil).
CONFUSO?
Vou tentar explicar com o caso real da nossa última viagem para a Patagônia argentina: saímos de Curitiba tendo a cidade de El Calafate como destino final. Aproveitamos e colocamos uma parada de 5 dias em Ushuaia, pela Cia aérea Aerolíneas Argentinas. Fizemos a comparação e vimos que se comprássemos os trechos separadamente (ou em viagens diferentes) sairia muito mais caro. Ou seja, fizemos uma baita economia e conhecemos dois lugares na mesma viagem.
As companhias aéreas geralmente disponibilizam o Stopover em suas cidades base (ou “hubs”). É o caso da TAP em Lisboa e Porto, da Lufthansa em Frankfurt, da Latam em Santiago do Chile, da KLM em Amsterdã, da British em Londres, da Air France em Paris, da Emirates em Dubai, da American Airlines em Miami, Nova York, Los Angeles e Dallas, da Alitalia em Roma… e por aí vai!
MAS COMO SABER SE VALE A PENA FAZER O STOPOVER?
Pesquisando e comparando! Você pode fazer uma pesquisa diretamente na companhia aérea que você já sabe que faz Stopover no destino que você quer, ou então fazer sua própria busca. Para isso, primeiro você faz uma busca normal de passagens, para destinos e período desejados (certifique-se de que a opção “somente voos diretos” NÃO esteja marcada, já que é preciso que existam conexões para que o Stopover seja possível).
Como exemplo, pesquisei aqui o trecho de ida e volta de Curitiba – Edimburgo (nossa próxima grande viagem), para diferentes datas em junho de 2020. Na pesquisa, verifiquei que haviam bons preços para o período de 04 a 25.

Nos voos listados, identifiquei se havia alguma conexão do meu interesse e com bom preço. Veja abaixo que existe um voo de ida com uma conexão feita pela KLM em Amsterdã, na Holanda (hub da companhia aérea). Depois, anotei o preço, para comparar na outra etapa da busca.

Na segunda etapa, busquei na função múltiplos trechos (em alguns buscadores, você pode encontrar os termos “multi cidades” ou “múltiplos destinos). Nesta busca, além de informar as cidades de início e fim da viagem (no exemplo, Curitiba e Edimburgo), informei também Amsterdã, colocando um período de estadia nesta cidade. Lembre-se de buscar informando a ida e volta no mesmo período da busca anterior, para que a comparação de valores seja mais fiel. Veja no exemplo a seguir:

Coloco aqui um dos resultados encontrados. Veja que ficou até mais barato incluir um período em Amsterdã. Se nesta segunda busca os preços fossem muito maiores do que na primeira, seria então apenas uma viagem com múltiplos trechos mesmo, sem o benefício do Stopover. Aí teríamos que avaliar se valeria a pena ou não. É claro que precisamos contabilizar os custos de estadia em Amsterdã, mas se tivéssemos que sair novamente de Curitiba só para este destino, além dos gastos com a estadia ainda teríamos uma grande despesa com uma nova passagem aérea e todas as horas de voo novamente para cruzar o Atlântico.

MAS NÃO PARA POR AÍ! Como eu já sei que a Air France permite Stopover em Paris, ainda neste exemplo busquei se seria possível fazer um Stopover na volta, em Paris. E olha só o que eu encontrei:

Isso sim é aproveitar as horas de viagem sobre o oceano! Mas é claaaro que você terá que avaliar se uma viagem assim seria possível. Você precisa de vários dias disponíveis para a viagem e ainda teria que considerar os custos durante a viagem. Mas olha, acho que vale muito a pena! Outra alternativa é comprar todos os trechos separados, mas dificilmente valeria a pena.
Lembrando que existem casos em que você ainda ganha a hospedagem no destino intermediário. É o caso da Cia aérea Qatar, que as vezes oferece hospedagem pra seus clientes conhecerem a cidade que dá nome à Cia. Legal, né? Isso porque o Stopover é feito para promover o destino que é a “casa” da cia aérea. Inclusive, algumas companhias disponibilizam uma página em seus sites só para o Stopover (a TAP, por exemplo). Assim, suas buscas são facilitadas, caso você faça questão de viajar com aquela companhia aérea.
Você também pode ligar para o atendimento da cia aérea para tentar encontrar informações mais facilmente ou solicitar o serviço à uma Agência de Viagens.
Se você tiver flexibilidade de datas para viajar, dedique um tempo e faça uma pesquisa combinando diferentes datas. Os preços podem mudar muito de um dia para outro. E se você tem preguiça, falta de tempo ou receio de fazer essas buscas, procure seu Agente de Viagens (ouvi falar de uma tal agência chamada Mala de Garupa, dizem que é ótima, hehe).
DÁ PRA INCLUIR UM STOPOVER DEPOIS QUE EU JÁ COMPREI O TRECHO PRINCIPAL?
Na maioria dos casos sim, mas você terá que pagar uma taxa para que a alteração seja feita, e pode não valer a pena. É sempre bom já comprar o trecho com o Stopover incluído 🙂
Espero que você tenha gostado deste conteúdo e que possa fazer muuuitas viagens neste estilo!